quinta-feira, dezembro 20, 2007

FELIZ NATAL E BOM ANO NOVO


Que este Natal nos traga aquilo que tanto desejamos, mas que nos traga também a saúde, o amor, algum dinheiro, claro e muita, muita sorte, pois andamos todos a precisar! Um grande abraço e até 2008!

terça-feira, dezembro 11, 2007

De pedra e cal


Antes de escrever o texto anterior pensei muito, pois tive receio de ser mal interpretada, podiam julgar mal as minhas palavras e achar que eu vos estava a criticar. Felizmente que as grandes mulheres que me lêem são compreensivas e perceberam perfeitamente o que eu estava a querer explicar. Quer dizer, perfeitamente, perfeitamente, não, pois acho que algumas de vocês pensaram que eu me estava a despedir! Nada disso, mesmo que não faça mais enhum tratamento - julgo que daqui a uns meses já mudei de ideias - eu vou continuar por aqui, a acompanhar as vossas vidas e a fortalecer a nossa amizade, que apesar de virtual, é forte. Obrigada pelo apoio, pelas palavras de incentivo e principalmente pela compreensão. Um xi-coração apertaaaaado!

sexta-feira, dezembro 07, 2007

O que veremos?


Nos últimos dias tenho pensado muito quando navego pela blogosfera, enquanto leio os vossos testemunhos. Todas as que sofrem do mesmo mal que eu falam em continuar, indefinidamente, a luta... Eu resolvi não pensar mais nisso. Não me vejo a fazer novo tratamento, parece que tenho mais medo agora do que quando ia iniciar a longa caminhada das injecções. Porquê? Porque é que eu não percebo porque é que as pessoas continuam a tentar mês após mês, sofrendo os desgostos dos negativos, porquê? Onde vão buscar essa coragem e essa força para seguir em frente? Onde? Não é que eu a queira, apenas quero saber o que vos move.

Não vos pareça mal este texto, pois admiro imenso a vossa preserverança, embora não a compreenda. Depois do meu tratamento negativo fiquei de rastos. Senti-me completamente devastada, de tal modo que nem conseguia falar no que me tinha acontecido. Foi ponto assente que não queria repetir. A dor de não conseguir engravidar foi tão grande!... Dois meses depois o meu marido falou em irmos buscar os congelados em Dezembro e eu respondi-lhe com alguma bruteza que nem pensasse nisso, não se tinha apercebido do mal que tudo isto me causara?

Hoje, quase quatro meses após, continuo sem vontade de tentar. Virei-me para a adopção, para a ideia de ter uma criança que não nasça de mim. Virei-me para a minha relação com o meu marido, que saiu fortalecida. Virei-me para mim, pois o centro da minha vida estava a ser uma criança que ainda nem tinha sido concebida... E acho que saí a ganhar. Não vos quero demover de alcançar os vossos sonhos, mas penso que às vezes pô-los à frente de tudo e de todos não dá bom resultado.
Os anos passam, os melhores anos das nossas vidas passam e quando olharmos para trás um dia, o que veremos?

sábado, dezembro 01, 2007

Cinco anos


Faz hoje cinco anos que nos juntámos. Lembro-me vagamente desse dia: não houve festa, não houve convidados, copo-de-água ou vestido de noiva. Também não houve nervosismo nem aborrecimentos. Calmamente, saímos da casa dos nossos pais e fomos viver juntos. Entrámos nesta casa com um grande orgulho, cheios de expectativas. Era tudo novo, tudo diferente, tudo pronto a viver. À nossa frente estendia-se um caminho comum. Agora caminhávamos na mesma direcção. Comprámos a nossa televisão no mesmo dia. Já não me lembro do que jantámos. A nossa casa tinha muito menos objectos do que agora. Durante estes anos fomos preenchendo os espaços com fotografias, quadros, artesanato que comprámos nas nossas viagens, livros, as tuas revistas... No entanto, aquilo que eu penso que realmente se desenvolveu durante estes anos e que nos preencheu foi o amor.
Nem tudo foi um mar de rosas ao longo destes cinco anos. Somos muito diferentes, temos feitios considerados "difíceis", discutimos muitas vezes... Zangámo-nos a sério por coisas parvas... Sofremos muito quando soubemos da nossa infertilidade, sofremos ainda mais quando o nosso esforço para a superar não resultou...
Contudo, continuamos aqui: dez anos de amor, cinco dos quais passados debaixo do mesmo tecto. Desejo que este dia se repita por muitos anos, até sermos velhotes, de cabelo branco - pelo menos tu, porque o meu eu vou pintar - já atacados pelo Alzeimer, mas não o suficiente para que nos esqueçamos um do outro.
Meu amor.
Beijos da tua Anuska.