sexta-feira, junho 12, 2009

Por aqui e por ali

Vou andando por aqui, dando uma espreitadela nos blogs, umas vezes comentando, outras nem tanto, vou corrigindo provas globais, preparo-me para mais um final do ano lectivo - já? - e espero por uns livros que queria muito ler e que encomendei na Amazon.uk porque em Portugal não os editaram e ... ufa! Tem sido assim a minha vida na última semana, nada de novo aconteceu, também não esperava que nada acontecesse e assim, com esta velocidade de cruzeiro vamos andando sabe-se lá para onde... Não estou triste, embora provavelmente as minhas palavras o pareçam, não, estou apenas epicurista como Ricardo Reis neste fantástico poema, que é um dos meus preferidos:
Vem sentar-te comigo Lídia, à beira do rio.
Sossegadamente fitemos o seu curso e aprendamos
Que a vida passa, e não estamos de mãos enlaçadas.
(Enlacemos as mãos.)
Depois pensemos, crianças adultas, que a vida
Passa e não fica, nada deixa e nunca regressa,
Vai para um mar muito longe, para ao pé do Fado,
Mais longe que os deuses.
Desenlacemos as mãos, porque não vale a pena cansarmo-nos.
Quer gozemos, quer não gozemos, passamos como o rio.
Mais vale saber passar silenciosamente
E sem desassossegos grandes.
Sem amores, nem ódios, nem paixões que levantam a voz,
Nem invejas que dão movimento demais aos olhos,
Nem cuidados, porque se os tivesse o rio sempre correria,
E sempre iria ter ao mar.
Amemo-nos tranquilamente, pensando que podíamos,
Se quiséssemos, trocar beijos e abraços e carícias,
Mas que mais vale estarmos sentados ao pé um do outro
Ouvindo correr o rio e vendo-o.
Colhamos flores, pega tu nelas e deixa-as
No colo, e que o seu perfume suavize o momento
-Este momento em que sossegadamente não cremos em nada,
Pagãos inocentes da decadência.
Ao menos, se for sombra antes, lembrar-te-ás de mim depois
Sem que a minha lembrança te arda ou te fira ou te mova,
Porque nunca enlaçamos as mãos, nem nos beijamos
Nem fomos mais do que crianças.
E se antes do que eu levares o obolo ao barqueiro sombrio,
Eu nada terei que sofrer ao lembrar-me de ti.
Ser-me-ás suave à memória lembrando-te assim - à beira-rio,
Pagã triste e com flores no regaço.
Bom fim-de-semana...

4 comentários:

Maria Lavrador disse...

A vida tem fases assim, em que nada de especial nos acontece. Por vezes as coisas correm bem, outras vezes nem por isso. Mas o importante é tentarmos ser felizes com o que temos e dar valor às pequenas coisas que temos e vivemos

Beijocas e bom fim de semana

Bem Me Queres disse...

Estou com a Maria, o importante é aproveitarmos tudo o que a vida nos dá. Das pequenas coisas pode-se torná-las fantásticas.
Beijoquinhas

Mara disse...

Deixo-te um beijinho amiga!

anareis disse...

Estou fazendo uma campanha de doações para meu projeto da minibiblioteca comunitária e outras atividades para crianças e adolescentes na minha comunidade carente aqui no Rio de Janeiro,preciso da ajuda de todas as pessoas de bom coração,pode doar de 5,00 a 20,00 ou pode doar livros,as doações em dinheiro podem ser enviadas por carta(correspondencia).Para qualquer tipo de doação é só enviar-me um email ,darei o endereço da remessa.Quem doa aos pobres empresta a DEUS.Faça uma visita aos meus blogs:Eulucinha.blogspot.com,ficarei feliz.Que DEUS abençõe todos nos.